Percorrendo o perímetro da solidão,
não mais com ela se assustou,
segurou o velho violão,
soltou a voz, exorcizou.
Junto à letra brotou a melodia,
em ré maior bem tangido,
evocou a hora, o dia,
libertou o eu sofrido.
Foi quando o galo cantou,
ao seu canto se juntou
num dueto tão afinado,
que a lua se debruçou,
uma lágrima derramou,
o mundo tornou-se encantado.
Foram chegando outras solidões,
entoando belas canções
em quadro jamais pintado.
Surgiu novo caminho,
ele deixou de ser sozinho
em sonho nunca sonhado.
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